Sabem os deuses que, para além das óbvias e merecidas, não tenho particulares razões de apreço, ou estima, pelo Generalíssimo Franco (desde logo porque sendo galego pensava como castelhano...) a ele vou roubar (com a devida vénia), porém, uma frase que aplicava aos “rojos” e que aplico eu aos nossos governantes: No se os puede dejar solos.
Maria Monteiro, filha do antigo ministro António Monteiro e que actualmente ocupa o cargo de adjunta do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros vai para a nossa embaixada em Londres.
Para que tão imprescindível mudança fosse possível, José Sócrates e o ministro das Finanças descongelaram a título excepcional (claro está…) uma contratação de pessoal especializado.
Contactado pelo jornal, o porta-voz Carneiro Jacinto explicou que a contratação de Maria Monteiro já tinha sido decidida antes do anúncio da redução para metade dos conselheiros e adidos das embaixadas.
As medidas de contenção avançadas pelo actual governo, nomeadamente o congelamento das progressões na função pública, começam a dar frutos. Os sacrifícios pedidos aos portugueses permitem assegurar a carreira desta jovem de 28 anos que, apesar da idade, já conseguiu, por mérito próprio e com uma carreira construída a pulso, atingir um nível de rendimento mensal superior a 9000 euros.
É desta forma que se cala a boca a muita gente que não acredita nas potencialidades do nosso país, os zangados da vida que só sabem criticar a juventude, ponham os olhos nesta miúda.
A título de curiosidade, o salário mensal da nossa nova adida de imprensa da embaixada de Londres daria para pagar as progressões de 193 técnicos superiores de 2ª classe, de 290 Técnicos de 2ª classe ou de 290 Assistentes Administrativos.
O mesmo salário daria para pagar os salários de, respectivamente, 7, 10 e 14 jovens como a Maria, das categorias acima mencionadas, que poderiam muito bem despedir-se, por força de imperativos orçamentais.
Estes jovens sem berço, que ao contrário da Maria tiveram que submeter-se a concurso, também ao contrário da Maria já estão habituados a ganhar pouco e devem habituar-se a ser competitivos.
A nossa Maria merece.
Também a título de exemplo, seriam necessários os descontos de IRS de 92 portugueses com um salário de 500 Euros a descontar à taxa de 20%. Novamente, a nossa Maria merece.
Ora digam lá se o Franco não tinha razão? Dizem-me sempre que estes assuntos são apenas pequenas "migalhas"... mas, sabemos todos quantas destas migalhas andam por aí. Todos temos a certeza que das mesmas se faria um colossal pão que tanto proveito traria ao país...
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