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quinta-feira, 10 de março de 2005

NOTAS SOLTAS II

Falemos de circo – Com alguma insistência ouvimos falar da crise da actividade circense em Portugal. Parece-me uma crítica algo injusta. Na realidade, no nosso país o circo tradicional, aquele que fazia as nossas delícias de criança, poderá infelizmente e acompanhando o momento do país estar a atravessar um período menos bom. Todavia lá para São Bento (naquele casarão roubado aos freires daquela congregação pela fúria liberal) reabre hoje, pelas 15 horas (daquia a pouco), uma nova e grandiosa temporada, os palhaços é que, na generalidade, estão velhos e gastos e as piadas, normalmente de fraca qualidade, sentimo-las no quotidiano, fora isso seria motivo de regozijo.

Fatias de Cá – Ou bom teatro do Ribatejo em Lisboa. A nabantina companhia Fatias de Cá leva à cena, ou melhor à Sala Ogival do Castelo de São Jorge (em Lisboa), às Quintas-feiras pelas 21:18 (até 14 de Abril), a peça “Diálogo das Compensadas", adaptada do romance de João Aguiar. Ainda não vi mas vou ver. É seguramente um bom espectáculo. O autor é dos que melhor escreve em Portugal (apaixonei-me desde a “Voz dos Deuses”) e a companhia seguramente uma das melhores que povoam o nosso cenário teatral. Ao teatro pois, ao castelo como outrora contra os mouros.

P.S. – Já sei, fiéis leitores, o teatro em Portugal é de "esquerda", o Fatias idem… A culpa do primeiro cenário é de quem permitiu que o teatro fosse apossado pela "esquerda" como forma natural de intervenção; quanto à segunda, que deriva da primeira, devo esclarecer que, sendo politicamente o que sou, pertenci, quando vivi em Tomar, ao Fatias, onde sobejamente conhecida a minha militância, fui, não obstante, sempre irmãmente tratado. Para registo biográfico actuei, se a memória não me falha, na “Sapateira Prodigiosa” e na “Carmen”.

Aberração em Santarém – A abjecta criatura, que num país civilizado seria, no mínimo, banida do seio das pessoas decentes, que dá pelo nome de Tomás Taveira (para os quer tem o desprazer de o conhecer sabem tratar-se de um indivíduo porco, reles e ordinário convencido que tem graça e promovido pela rápida ascensão pós-abrilina) viu aprovado um seu projecto, para um empreendimento de turismo e lazer na Quinta de Gualdim, pela Câmara de Santarém. Entre outras facilidades o indispensável campo de golfe, pois claro, tão útil com a seca que nos assola. Enfim. Tememos pois a aberração que se avizinha pois o gosto já o conhecemos…

Liderança do PP – Nas tibiezas que caracterizam muitos em certos momentos o PP parecia condenado a uma orfandade de liderança. Nenhum dos putativos naturais sucessores avançou, a coberto de escusas mais ou menos convenientes. Hoje pelas 18 horas o meu antigo aluno e amigo Miguel Matos Chaves, no seu jeito bem característico, avança destemidamente oferecendo-se para a necessária pedrada no charco no seu partido. Ao Miguel, que não ao PP (nosso adversário político), os desejos de maiores felicidades e parabéns pela coragem. Um abraço

Humberto Nuno de Oliveira


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